O
MITO DO AMOR MATERNO
O
sentimento de culpa das mães que trabalham fora
A sociedade
moderna vem nos apresentando o seguinte quadro: a mulher, a quem
sempre coube o papel de educadora na estrutura familiar, tem procurado
também se realizar profissionalmente e, quando tem filhos,
precisa encontrar alguém de muita confiança para substituí-la
junto a ele durante o período de seu trabalho. Se o casal
tiver sorte, poderá encontrar uma pessoa bondosa para ficar
com a criança, mas nunca alguém com conhecimentos
pedagógicos e fundamentos filosóficos que favoreçam
a ação educacional adequada. O homem ainda traz o
"ranço machista" de que educar é coisa de
mulher. Pelo acúmulo de diferentes atribuições,
ambos se tornam pessoas ansiosas e "cheias de dúvidas".
A mulher, além das dúvidas, sente-se "culpada"
por dedicar-se, também, à sua profissão. Desta
forma, o tempo dispensado à criança fica comprometido
pelos sentimentos contraditórios que estão presentes
no psiquismo dos pais.
Assim, será muito melhor que a criança, nessa fase,
vá para a escola, onde terá a atenção
de pessoas especializadas, evitando-se, desse modo, que se instale
em sua mente a sensação de ser um "estorvo"
na vida de seus pais.
Mesmo na atualidade, vemos também que, após todo o
movimento de emancipação feminina, há mulheres
que realmente amam o serviço doméstico e fazem a opção
pelo trabalho do lar. E quantas não são as que diminuem
o seu tempo de trabalho fora do lar, para atender às necessidades
de seu bebê? Outro fato interessante é perceber, em
muitos pais, o instinto materno, ou seja, o pai que é muito
mais materno do que a mãe.
Dá para conjugar o trabalho fora do lar e o trabalho para
atender às necessidades da criança. O que os pais
devem fazer é dar qualidade ao tempo que tiverem disponível
para ela. Dar qualidade ao tempo significa engajar-se emocionalmente
na realidade infantil.
Trecho extraído
do livro "Manual para professores e pais de primeira viagem",
de autoria da pedagoga Leila S. Brandão.
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